Visita à Recielectric

 

Depois de termos participado no projecto “Escola Electrão” achámos que seria interessante saber mais acerca de como é feito o tratamento dos REEE que recolhemos. Entrámos, então, em contacto com a empresa Recielectric, uma das empresas da Ambigroup, que actua na área do tratamento e valorização de REEE, que visitámos dia 9 de Março de 2011.

 Os REEE contêm inúmeros materiais poluentes com componentes como o chumbo, alumínio, cobre e ainda vários tipos de plástico, vidro, borracha e CFC’s. Devido a estas características os REEE necessitam de um processo complicado de reciclagem sendo por isso, muitas vezes, depositados em lixeiras e aterros, não sofrendo qualquer tratamento prévio.

Esta empresa tem como objectivo, evitar a degradação ambiental, valorizando e reciclando os constituintes dos REEE.

A actividade da Recielectric centra-se em quatro categorias fundamentais de reciclagem e valorização de REEE:

·    Materiais eléctricos e electrónicos diversos;

·    Cabos eléctricos;

·    Frigoríficos e arcas;

·    Televisores e monitores.

 

 

Assistimos às seguintes fases operatórias:

1.    Chegada dos equipamentos às instalações;

2.    Divisão e Armazenamento dos equipamentos por categoria;

               

   ·  Materiais eléctricos e electrónicos diversos

- Desmontagem dos equipamentos com separação dos diversos materiais que os compõem.
- Trituração do material eléctrico e electrónico, com separação das componentes ferrosas através de um íman.
- Granulação dos diferentes materiais em várias fases.
- Separação dos materiais não ferrosos e plásticos nas diferentes fileiras.
- Sistemas de aspiração e eliminação de poeiras.

   ·  Frigoríficos e Arcas

- Desmontagem manual de diferentes componentes como prateleiras, gavetas e lâmpadas.
- Recuperação dos óleos com CFC’s dos circuitos de refrigeração e respectiva separação.
- Desmontagem do compressor, circuito exterior e outros componentes.
- Transporte e trituração, ficando reduzidos a placas de 20cm.
- Separação dos diferentes materiais (ferrosos/ não ferrosos) nas respectivas fileiras.
- Sistema de recuperação e condensação dos CFC’s. 

 

   ·  Televisores e Monitores

- Desmontagem manual.
-Tratamentos tubos catódicos.
- Separação do ecrã.
- Aspiração da camada luminosa.
- Sistema de aspiração e eliminação de poeiras.

Ainda nos monitores, há separação do vidro que está contaminado com chumbo. O vidro limpo é em parte enviado para a Marinha Grande, para ser aproveitado na indústria do vidro. O vidro com chumbo não pode ser aproveitado para valorização energética tendo como destino aterros.

 

  ·  Cabos eléctricos

Apesar de os cabos eléctricos estarem presentes em todos os equipamentos tratados pela empresa não são tratados na Recielectric. Estes são enviados para outra identidade onde se dá a separação da fracção plástica do cobre interior.

 

Descobrimos ainda que relativamente ao destino dado a parte do plástico, já triturado, é a China. Este é vendido, em grandes quantidades e variedades, a empresas na China. Uma vez na China, os trabalhadores separam manualmente os pedacinhos de plástico consoante a sua cor, para posterior reutilização.

Durante a visita pudemos também observar que nas linhas de desmontagem trabalham sobretudo mulheres, e segundo o que nos foi dito, tal deve-se ao facto de estas serem mais organizadas na separação de materiais.

Esta sede, no Seixal, conta com cerca de 55 trabalhadores, tratando cerca de 12000 toneladas por ano. Destas, apenas 2%, são enviadas para aterros.

A visita foi bastante produtiva, principalmente a nível de enriquecimento pessoal, uma vez que assistimos a todo o processo implicado no tratamento de alguns equipamentos especialmente os de menor porte, como monitores, que observámos o seu desmantelamento por completo. Com muita pena nossa não pudemos assistir à máquina de trituração de frigoríficos, um dos maiores complexos que as instalações possuem, a funcionar, pois esta estava com problemas técnicos.

Esta visita permitiu-nos um maior entendimento sobre o trabalho que este tipo de identidades fazem e adquirimos inúmeros conhecimentos novos acerca do que verdadeiramente implica a reciclagem de REEE.

A Eng.ª que nos acompanhou foi bastante simpática e prestável e disponibilizou-se a ajudar-nos e a esclarecer possíveis dúvidas que pudessem surgir.

Achamos que é de valorizar o trabalho deste tipo de identidades pois estas tratam um dos principais problemas mundiais, o destino a dar a resíduos poluentes.